Sunday, January 08, 2006

Könnigstäten, 07 de janeiro de 2006.
sábado


Hoje fui um dos dias mais movimentados que tive por aqui.

Acordei “cedo”, eram umas 10h00. (logo que acordei notei que meu cabelo estava tão sujo quanto ele tinha chegado aqui, não ficou mais sujo durante estes 2 dias. To chamando a Alemanha da Terra onde os cabelos não ficam sujos!).

No café Marlene e Elfride estavam lá. Elas me tratam muito muito bem!

Eu ia caminhar de manhã, porém Marlene me convidou a ir com ela passear com um cachorro.
Marlene, além de trabalhar na prefeitura com alguns projetos sociais e em Kleidzeit (pode chegar entre 6 ou 9, e sair 3 horas mais cedo ou mais tarde), gosta muito de cães e cuida de alguns e os treina. Inclusive Fínia. Então fomos até outra cidade pra encontrar o cachorro que ela passeia todas as terças e sábado. Ela passeia com este cachorro porque ele tem alguma espécie de problema na coluna, na parte de trás. Pegamos o cachorro na casa da dona dele – uma casa muito bonita, cheia de flores (hortências) e coisas diferentes pela casa, umas fontes, uns quadros grandes, coisas pela parede, tudo muito bonito e aconchegante. Mas a mulher era meio estranha. Okay, fomos passear com o cachorro. Tava muito frio, minhas mãos e meu nariz congelando. Isso que eu tava com 2 calças, o tênis, segunda pele, 3 blusas, uma jaqueta e um sobretudo (a ovelha)! Caminhamos um monte, conversamos sobre um monte de coisa. Ela realmente entende de cachorros, e fica puta porque os cachorros são proibidos de umas coisas na Alemanha (muito engraçado isto!). Palavras dela:

“- Este país quer tudo de bom que os cachorros podem oferecer, como segurança, encontrar pessoas desaparecidas, etc. Porém, os proíbe de fazer cocô ali ou ali”.



Neste passeio fomos até o rio Rhein, e vimos um pouco da parte industrial de Mainz. Um pouco antes de chegar na beira do rio, tem uma placa muito engraçada (foto). É altamente entendível, devido ao período com neblina, ou quando está escuro, mas continua sendo muito engraçada. Porém, deveria ter a plana no Brasil também. Lembrei de uma vez que o pai quase jogou o nosso carro rio abaixo, porque não tinha uma placa como esta avisando que tinha rio logo a diante.

No caminho de volta, Marlene me mostrou o cemitério onde meus bisavós estão enterrados. Pedi para parar para ver o túmulo, mas os túmulos aqui só existem por 25 anos, depois são destruídos. Como é isso no Brasil?

Ela me falou também do Carnaval que existe aqui na mesma época que temos o carnaval no Brasil! AEEE!! Tem desfile de rua (lógico que não tem samba nem mulher pelada!, mas deve ter muita cerveja!!) e baile de máscaras! Hier ist reised Fasching oder FastNacht. O baile de máscaras diz que põe o inverno para fora e deixa a primavera entrar. Muito massa!!!

Chegamos e almoçamos.

O almoço é sempre algo quente, principalmente se estivemos na rua durante o período da manhã. E foi assim:

Primeiro a sopa de lentilhas. Muito boa. Quando comemos a sopa de lentilhas a Elfride perguntou se queríamos mais sopa. Disse que não. Então daí ela serviu a carne que tinha sido cozida dentro da sopa, como se fosse uma coisa mais especial, ou como se a sopa tivesse sido a entrada e a carne o prato principal. E tinha 3 pedaços de carne, um pra cada pessoa, exatamente.

Depois do almoço eu e Beate fomos caminhar. Caminhamos por duas horas e conhecemos toda Königstäten. É bem pequena, organizada, sem ninguém na rua, tudo bem limpo. As casas são quase todas no mesmo estilo, e muitas são conjugadas. Por exemplo, a casa que eu to morando é da Elfride, mas foi construída uma continuação pra casa da Beate, com interligação pelo porão (Keller).



Tem a parte velha da cidade, em que as casas tem mais de 100 anos, e a parte nova, que é principalmente das pessoas que trabalham na Opel.

Aqui também tem o problema com os Turcos e Marroquinos. Beate se mostra bastante preocupada com este problema. Perguntei porque e ela diz que é porque estes povos vêm pra Alemanha querendo levar a vida que tinham no seu país de origem. Exemplo: os pais turcos não querem deixar as meninas irem pra escola, ou, quando vão, não podem praticar esportes porque existe contato corporal com meninos. Ela disse que isto é a base do problema, mas que quando alcança grandes escalas pode gerar problemas realmente sérios.

Quando estávamos passando na frente de um lago, ela disse que aquele lago congelava e que, apesar de ser proibido (daí ela me mostrou a placa de verbotten), quando o lago estava com a camada congelada, todos iam lá pra patinar no gelo. Eu disse pra ela que isso era uma quebra de paradigma pra mim, porque os alemães passam uma imagem de que se existe uma lei, todos a devem seguir e todos a seguem, independente do que é. Ela disse que sim, que os mais velhos são assim, mas isso é algo que os turcos também estão estragando aqui, porque eles não respeitam as leis ou as proibições, então os jovens alemães os vêem não respeitando as regras e perguntam: se eles podem, porque eu não posso? E fazem.

Ela mostrou algumas partes dentro da cidadezinha como se fossem guetos, os guetos norte-americanos dos anos 50 e 60. Onde só turcos e marroquinos vivem, mas pra mim parece tudo a mesma coisas. São guetos simplesmente porque só eles vivem, não porque há distinção financeira entre eles. Mas há bares na cidade, no centro da cidade, em que alemães não podem entrar, porque os jovens de outras nacionalidades kick their asses. É estranho isto numa cidade tão pequena (6000 habitantes).

Fomos no cemitério onde Ludwick, o pai da Beate e da Marlene, marido da Elfride, está enterrado. Na verdade ele foi cremado, e agora lá está a urna. Urna em português é igual a Urna em alemão!

Durante o caminho de volta, Beate ficou falando que meu pai do Brasil meio que uniu a família aqui na Alemanha, visto que ela tinha primos e parentes aqui mesmo em Könnigstäten, e antes de meu pai ir lá ela nem sabia da sua existência.

Passamos pelo “shopping” da cidade, que é uma construção com algumas lojas, e voltamos pra casa.

Quando cheguei em casa fiquei no pc, falando com o Beto. Encontrei a Sissa online, e a Vivis também, me passou o endereço de uma casa dos trainees na República Tcheca. Mas também, escrevi email para o Jan, o filho de uma família Tcheca amiga do meu pai que foi pra Massaranduba em 2001.

Então eu e Klaus fomos até o Media Market tentar comprar o cabo pra tirar as fotos da minha máquina, mas não achamos. Nem um leitor de cartão que fosse barato. Comprei um CD do Foo Fighters (aqueles que soh tem 2 faixas), um headset com webcam e uma caixa de CDs virgens.
Voltamos, tomei meu banho, e me chamaram pra jantar. Jantamos no porão, a família toda, exceto a Marlene. Pizza que a Beate fez. Bem boa! Ela fez uma salgada e uma que era pra ser doce, de abacaxi. Mas o abacaxi era tão sem sabor que acabou ficando salgada também.
Bem, pontos altos do jantar:

1º- Não entendi quase nada que eles conversaram durante o jantar. Passei o jantar não tentando entender o que eles falavam, mas tentando entender sobre o que eles falavam. Bem engraçado.

2º- Eles xingando meu primo porque ele não quer me levar pra sair. Disse que eu sou família, não amigo, e que assim, não precisa me levar pros lugares que ele vai com os amigos dele. Não to preocupada com isso.

3º - Quando tomamos a terceira garrafa de vinho ficou bem engraçado. Todos falando sobre música, eu tentando falar em alemão (mas sendo ainda mais engraçado!)

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